“Emprestei minha conta bancária.”
Essa frase pode parecer comum, mas carrega um grande risco.
Você já pensou em emprestar sua conta bancária para um amigo, parente ou conhecido? Parece um favor simples, mas essa atitude pode te envolver em crimes como estelionato e lavagem de dinheiro, mesmo que você não tenha participação direta no delito.
Muitas pessoas só percebem o perigo depois que o problema já aconteceu — quando têm a conta bloqueada, o CPF envolvido em investigações ou recebem uma intimação para depor.
Neste artigo, explicamos os riscos jurídicos, crimes envolvidos e o que fazer se você já passou por isso.
Por que as pessoas pedem para usar sua conta?
Geralmente, o pedido vem acompanhado de justificativas como:
- “Minha conta está bloqueada.”
- “É só pra receber um Pix rapidinho.”
- “Confio em você, depois eu transfiro.”
Mas o que você talvez não saiba é que muitos criminosos utilizam contas de terceiros para ocultar a origem do dinheiro ilícito, tornando você uma “laranja” sem perceber.
Quais crimes posso cometer ao emprestar minha conta?
🔹 1. Lavagem de dinheiro
Base legal: Lei 9.613/1998
Ocultar ou dissimular a origem de valores provenientes de infração penal.
📌 Pena: 3 a 10 anos de prisão + multa.
🔹 2. Estelionato
Base legal: Art. 171 do Código Penal
Obter vantagem ilícita em prejuízo de outra pessoa, induzindo-a ao erro.
📌 Pena: 1 a 5 anos de prisão + multa.
Mesmo que você não tenha cometido o golpe, emprestar sua conta pode te tornar cúmplice ou coautor, especialmente se houver indícios de que você sabia (ou ignorou sinais) da origem ilícita do dinheiro.
Quais as consequências práticas?
Emprestar sua conta bancária pode trazer diversos problemas, como:
- Bloqueio da sua conta e valores
- Envolvimento em investigações policiais
- Dificuldade para abrir novas contas
- Nome sujo e CPF comprometido
- Ação penal por envolvimento em crime financeiro
Já emprestei minha conta, e agora?
Se você já cometeu esse “favor inocente” e emprestou sua conta bancária, não entre em pânico — mas é fundamental agir de forma rápida e estratégica para se proteger.
Aqui está o que você deve fazer o quanto antes:
1. Suspenda imediatamente o uso da conta por terceiros
Cancele qualquer acesso ou movimentação que não seja feita por você. Avise a pessoa que usava sua conta que não fará mais esse tipo de “empréstimo” e evite qualquer novo depósito, saque ou transferência.
2. Reúna todas as provas do que foi combinado
Busque prints de conversas, áudios, extratos bancários e qualquer outra evidência que comprove o que foi combinado. Esses registros podem ser fundamentais para mostrar que você agiu de boa-fé — ou até que foi enganado(a).
3. Procure um advogado criminalista de confiança
O apoio jurídico é essencial nesse momento. Um profissional da área penal poderá avaliar seu caso, preparar uma estratégia de defesa preventiva e te orientar em caso de eventual intimação, investigação ou processo.
A defesa preventiva é o melhor caminho para evitar ser responsabilizado por um crime que você não cometeu.
Muitas vezes, quem empresta a conta é tratado como cúmplice ou “laranja” na investigação — mesmo sem saber o que realmente estava acontecendo.
Quanto mais cedo você agir, maiores são as chances de se proteger e evitar danos ao seu nome, ao seu CPF e à sua liberdade.
Conclusão
Emprestar sua conta bancária é muito mais perigoso do que parece.
O que começa como um simples favor pode acabar com sua conta bloqueada, seu nome envolvido em uma investigação criminal e até com você respondendo a um processo na Justiça.
Muitas pessoas só percebem o risco quando já é tarde demais — quando recebem uma intimação da polícia, têm o CPF negativado ou enfrentam problemas para abrir novas contas ou obter crédito.
Por isso, em caso de dúvida, o melhor é sempre dizer NÃO.
Sua conta é pessoal. Seu CPF é intransferível.
E sua liberdade vale muito mais do que qualquer favor.
Seja firme, diga não e proteja o que é seu.
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